sábado, 27 de dezembro de 2008

Vereda de vidro


[Ela]Ouço o som da nossa casa.
À beira-mar.
Escuto o sussurrar dos vidros.
O vento.
Mantido em cárcere privado.
Na minha imaginação.
A minha voz rouca.
Apaga a luz do nosso quarto.
Há sombras deitadas na cama.
Afloram frágeis resquícios
De nós.
Do cheiro bem timbrado.
Em outro tempo.
Enquanto escrevo, sinto o mesmo aroma.
Está aqui, guardado em mim.
Um altar pra nós, decorado de recordações.
A onda levou.
Na vereda indecisa...
Resgate-o?
(*)
[Ele]Uma pele de flor
Um gosto de dor
Uma parede de vidro
Ainda inteira
Doce cheiro de felicidade em fluído
Pra todos os dias até o final
Estava eu equivocado?
Lembranças molhadas no varal
Nunca levantei sequer um dedo contra o amor
Não vai ser agora
Olho dois dentro do vidro, no lábio e no ouvido.
Lá de dentro nunca imaginei que veria dois
Aqui, do lado de fora.
Embora na vereda,
Se vivo és,
Talvez baste chamá-lo pelo nome,
Amor.
Autores : Juliana Porto e Renan Moreira

Um comentário:

... disse...

Cara, gostei do seu blog, muito massa tuas poesias, encontrei teu blog na comunidade do Detonautas.
flw, ate a proxima.