sábado, 28 de fevereiro de 2009

Aguo-te boca


[Por ele]

Uma enorme fulgurante às avessas
Dor que ludicamente arrepia
Ilustrando uma forte aventura
Saudades em cada ponto sensorial
Que fazem cócegas
Que dá vontade de ir buscar pra trazer comigo
Pra contigo esconder
Embaixo de papéis de cobertores
Numa tarde de coisa nenhuma pra se fazer
Pra quem cegamente nos lê.
Vontade de girar, e fazer rodar
Pra cair tudo em cima de mim, junto de ti
E dos abraços e
do que falo:
Uma mordida leve no lábio inferior
Pertencente a mim
De um beijo nada fatigado
Que me deixou te olhando com vontade
De recém-instigado
A viver mais, caído esborrachado
No chão que vislumbra o teu teto
Da tua boca que vi.


Salivo um sabor aquilatado por ti.



[Por ela]

Ai!

Sinal de calafrios novamente
Delineio teu andar eterno em busca de mim.
Ensino-te a não ficares somente no papel
Necessito sentir-te depois do temporal
Muitos dias assim, declaro-te
Se a saudade de ti ainda não me destruiu
É porque esse sentimento será reedificado
Com andares altos para que possamos olhar para o céu,de perto.
Sentir estrelas, no céu da tua boca
Um gosto de céu nos meus lábios
Rastos de vontade
Aroma de quadro de pintura com luar
És infinito.
Tens cor, paladar...
Uma fenda, uma direção, uma demora
O encanto, girassol, uma rede na varanda
Nossos braços, dados.
E os olhos pegando no sono
Depois do encontro dos nossos lábios
Espero por nós dois
Amor feito de peças de quebra-cabeça
Olho para o céu.
Ele está sorrindo...
Embalado pela dança dos nossos corpos
Essa noite está silenciosa, por hora.
Sem acordes...
Mas todos podem ouvir o suspirar desse desejo
Sabor, cor e tom
A tua falta que o sonho ancorou.
Pintando as nossas lembraças
No mar desse amor.





Renan Moreira e Juliana Porto


3 comentários:

Núbia disse...

vcs estão cada vez se aprimorando mais....
e eu gostando mais e mais!!!!

Juliana Porto disse...

Ai que delícia de poema.

mente inconstante disse...

Amantes que nos embriagam...