Ela pensava:
-Eu queria ainda ser a flor. Girassol. Copo de leite. Violeta. Desse jeito, não estaria agora na ansiedade de escrever-te. Não necessitaria de versos, rimas, olhares, e vergonhas. Ser uma flor, assim, bastaria. De cheiros e cores para ti. Somente. Ao amanhecer, aberta à tua espera. De jardim a jardim. Até descobrir-te. E redescobriria a essência de um novo amor. E que o vento fosse capaz de cuidar...Com carinho. E assim, daria frutos, versos e música .Traria alguns cheiros de volta e nossas cores. E caules feitos de poesia. O único espinho: A distância. Uma flor para ti. Em forma de pessoa. A minha melhor parte.
E ele de lá:
-Eu queria ser apenas o terreno pra tudo isso. Deitado, espatifado. De rosto pra cima sob teus cuidados. De braços abertos e descalço. E repleto de felicidade. Não, não sou eu quem diz ou pede bis. Nega ou prega o amor. Vaia ou qualquer coisa que não o valha. Não sou eu quem rejeita ou quem desmente. Eu, em minha desfavorável categoria de chuva, apenas gosto de molhar o jardim. Sentir o cheiro das tuas cores. E lembrar das nossas. E dos pudores, aquilatando sabores. Da falta disso de todo o resquício. Me faz gostar de sentir tudo outra vez. Só pra massagear o amor. E parafrasear qualquer coisa, deitado ao lado da flor.
5 comentários:
Feliz da parceria ter voltado. Da inspiração, dos versos e dos votos de uma amizade e sentimentos sem prazo de validade.
Um brinde!
=*, Renan!
Eu brindo daqui, e agradeço!
Eu, desiludido da minha literatura, não criava. Eu precisava era disso, e mais nada.
Faz bem escrever com você!
Muitos beijos, Ju!
huum...**estonteante**
=D
Almas que se entendem...
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